Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.

É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.
Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.

Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana. O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por conseqüência, a felicidade.
De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida.
A partir desse amor é que se dá a origem as Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.
Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.
Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.
O toque dos atabaques, que acompanha sua dança no candomblé, é denominado ijexá. A dança de Oxum é a mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes. Diante do espelho, sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora.
Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz. Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra.
Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.
Data festiva: 12 de outubro e 08 de dezembro
Saudação: Eri ieiê ô, Ore yèyé o, Oraie iê Oxum, Ai iê ieu Mamãe Oxum (Salve Senhora da Bondade e da Benevolência)
Símbolo: um coração do qual nasce um rio.
Sincretismo religioso: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Conceição
Cores: amarelo dourado, Azul ou cor de rosa
Instrumento: Abebé, um leque em forma circular dourado ou feito em latão que pode trazer um espelho no centro
Pedra: Ametista, Quartzo Rosa
Ervas principais: Erva-cidreira, Melissa, Erva-de-Santa-Maria, Ipê-Amarelo, Mãe-Boa (erva sagrada de Oxum), Calêndula, Rosas Amarelas, Malva, Chuva de Ouro, Trevo Três Corações.
Oferendas: frutas doces em geral, banana prata e
ouro, laranja-lima, cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo,
pêssego, uva; bebidas doces, ressaltando-se o mel, água de cachoeira,
champanhe de maçã, licor de cereja, suco de suas ervas e de suas frutas;
flores de tonalidade amarela, lírio, margaridas, flor-de-maio, amor-perfeito,
madressilva, narciso, rosa branca, amarela.
Ponto de força: cachoeiras, rios ou nascentes
Características dos Filhos de Oxum:
Quase tudo o que foi dito sobre Iemanjá pode ser estendido a Oxum, cujo relacionamento com seus filhos se equivale por representarem ambas o Princípio Criador.
Também é aplicada aos Filhos de Oxum, ainda mais emotivos que os de Iemanjá, a denominação de chorões. A sensibilidade dos Filhos de Oxum é ainda maior e, não raras vezes, chamados, principalmente as mulheres, de dengosas e flores de estufa, que fenecem ao menor motivo.
Na verdade, os Filhos de Oxum, essencialmente honestos e dedicados, esperam sempre merecer as atenções que procuram despertar e sentem-se desprestigiadas quando não acontece. Um fato a ser considerado é o de que os Filhos de Oxum tendem a guardar por mais tempo alguma coisa que lhes tenha atingido e olham com muita desconfiança quem os traiu uma vez.
Custam muito a se irritar, mas quando o fazem, também custam a serenar.
Oxum parece ocupar no coração das pessoas o espaço destinado à figura da mãe e esta característica faz com que seus filhos sejam naturalmente bem quistos e, não raras vezes, invejados.
O homem e mulher, Filhos de Oxum, são, a exemplo de Iemanjá, muito ligados ao lar e a família, em geral.
Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar com suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na busca de seus objetivos.Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem suas finalidades, atrás de sua imagem doce se esconde uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
Tendem a uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.
Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.
Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade.
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso as maiores ialorixás que o Brasil tem e teve são de Oxum.